Pular para o conteúdo principal

Afro-Brasileiras / Candomblé

Histórico

ários cultos até hoje praticados no Brasil começaram na África, muito antes do período da escravidão, onde basicamente predominavam três religiões: cristianismo, islamismo e religiões tribais ou primais.

Na realidade, os cultos afro-brasileiros vêm da prática religiosa das tribos. Por isso, cada uma tem a sua forma peculiar de chamar o nome de Deus, promover seus cultos, estruturar sua organização, celebrar seus rituais, contar sua história e expressar as suas concepções através dos símbolos.

Os cultos afros inicialmente eram ritos de preservação cultural dos grupos étnicos.
No Brasil eles associam-se à vinda de escravos negros trazidos de lugares como Nigéria, Benin e Togo. E também estão profundamente ligados à preservação da cultura, da arte e da religião dos negros.

Em diferentes momentos da história, aos poucos, as religiões afro-brasileiras foram se formando nas mais diversas regiões e estados. É justamente por isso que elas adotam diferentes formas e rituais, diferentes versões de cultos.

O Candomblé é uma religião musical e culturalmente rica, pois sua dança tem papel muito importante nos rituais.

O Candomblé é o culto afro que mais preserva as origens africanas em sua integridade, procurando evitar o sincretismo religioso.

rganização

ações do Candomblé:

Gegimarri
Keto
Angola
Ijexá
Efon
Xambá
Nagô

Cada uma destas nações vai puxando outras.

A estrutura administrativa do Candomblé é totalmente descentralizada. Cada local tem a sua própria diretoria, sacerdotes e iniciados.

No entanto, possui um sistema nacional e regional muito bem organizado, que promove a inter-relação dos terreiros. Este sistema compreende uma adaptação pelos escravos da sociedade brasileira no Império.

O rei do Candomblé no Brasil é o Prof. José Ribeiro.

União Umbandista dos Cultos Afro-brasileiros – Entidade coordenadora que organiza, registra os terreiros de Umbanda e Candomblé no Rio de Janeiro. Além disso, presta serviços de assistência social aos associados. Sua sede fica no bairro de Madureira, Zona Norte, à rua Dagmar da Fonseca, 37/grupo 205.

Federação de Umbanda e Candomblé - São Paulo(Capital) - fornece orientação jurídica para os templos religiosos e assessora registrando atas, estatutos sociais e abrindo oficialmente os terreiros.

Oferece também orientação espiritual.

A sede da Federação de Umbanda e Candomblé é na Praça General Costa Barreto, 111 - bairro do Tatuapé, Capital Paulista. Telefone 0xx-21-66737416



Fundamentação Doutrinária

andomblé é uma palavra africana que significa dança. Propriamente, é uma dança religiosa na qual se reza para os orixás.

Esta dança é uma invocação praticada por mulheres chamadas de sambas.

Todos os seguidores das religiões afro-brasileiras têm seu orixá. Acreditam que todos os seres humanos nascem da Natureza, em um determinado dia, lugar e hora sob o comando de um orixá.

No Candomblé, o orixá é uma força da criação divina, manifestação de Olorum, o criador de tudo (Deus).


Os Orixás

Exu: Mensageiro, guardião, guerreiro.
Senhor dos caminhos, da comunicação, da inteligência, do bom humor e da sexualidade.

Exu está presente em todos os lugares e mantém contato com todos os orixás e ancestrais. Sua personalidade assemelha-se ao perfil humano, reunindo num só contexto o bem e o mal. É amante dos prazeres da vida, das cores e odores.

Ferramenta: objeto de madeira – (apaogó)

Comida: farofa de dendê com muita bebida, de preferência aguardente; acarajé; xinxim; (acassé) com azeite de dendê.

Cor da roupa: vermelho e preto. Usa colar com contas vermelhas e pretas.

Animal: bode

Animais de sacrifício: boi, cabra, galo, galinha sempre de cor preta.

Vestes para o ritual: capas majestosas em vermelho e preto.

Local de culto: encruzilhadas – para simbolizar os vários lados de cada caminho.

Dia consagrado: segunda feira (mas pode atuar se solicitado em outros dias).


Ogum: Deus da guerra, da metalurgia, da tecnologia.
Orixá inventor, grande explorador de caminhos e general dos demais orixás.

Ogum é o filho primogênito da família dos Orixás Caçadores, foi encarregado por Olorum (criador do Universo) para abrir o caminho para todos os orixás. É Ogum quem abre todos os caminhos da vida. Seu perfil é valente, sério e justo. Sua morada é na floresta.

Elemento: terra

Metal: ferro

Cor: verde e azul (simbolizando a mata e o céu)

Ferramenta: Espada

Comida: milho amarelo cozido, com coco – (axoxó)

Animal: Cachorro

Local de culto: Estradas, principalmente em
estradas de ferro.

Animais de sacrifício: Bode, galo de cor avermelhada.

Vestes: saiotes de cor azul marinho e branco, capacetes de pano bordados com penacho das mesmas cores e uma corrente pendente do penacho.

Dia consagrado: Terça feira.


Oxóssi: Deus da fauna, da caça, da fartura. Senhor da Ecologia e patrono dos animais.

É esposo de Oxum, pai de Logum Edé e pai adotivo de Oiá Iansã. Oxossi é o irmão mais novo de Ogum, e responsável por toda a comida que chega até a nossa mesa. Seu nome significa: “caçador de uma só flecha”.

Devido à popularidade de seu culto, é patrono em muitos terreiros da Bahia.

Elemento: terra

Ferramenta: arco e flecha.

Comida: milho amarelo cozido com coco; feijão
fradinho torrado.

Animal: Cavalo.

Cor: Azul turquesa.

Animais de sacrifício: boi, bode, porco, galo mariscado (carijó) galinha d’angola.

Vestes: deve predominar o verde, saiotes de plumas, penacho e capacetes verdes. Nas mãos arcos e flechas podem acrescentar troféus de caça.

Dia: quinta-feira.


Ossaim: Deus das folhas e vegetação.

Animais de sacrifício: bode e galo desde que não sejam pretos.

Vestes: cor verde claro, o cetro é um galho de árvore, geralmente de café com seus frutos.

Dia: quinta-feira.


Oxumarê: Deus do arco-íris.

Animais de sacrifício: carneiro, cágado, galo avermelhado.

Vestes: bem coloridas, verdes e amarelos predominam, um torso colorido na cabeça com uma trança descendo pelas costas, até o chão. Por cima do torso uma coroa com imagem de uma cobra.

Dias: terça-feira e sábado.


Xapanã:Tem duas formas: Obaluaiê e Omulu. Obaluaiê é o Xapanã jovem, das pragas e doenças , da cura.

Animais de sacrifício: porco, bode, galo, galinha d’angola nas cores preta e branca.

Vestes: feitas nas cores das guias, pretas e brancas, recobertas de palha- da- costa, que tapa o rosto e todo corpo.

Dia: segunda-feira.


Omolu é o Xapanã velho, médico dos pobres.
Animais de sacrifício: bode, cabra, galo, galinha d’angola nas cores branca e preta.

Vestes: as mesmas de Xapanã Abaluaê tendo um cetro chamado xaxará.


Xangô: Deus da justiça e do trovão. Patrono da política, diplomacia, sedução e articulação. Senhor da vida, é o grande Rei dentre os orixás. Iansã, Obá e Oxum são suas esposas. Xangô controla o fogo, porém seu poder só tem efeito se praticado junto com Iansã, de quem Xangô não pode se separar.

Elemento: fogo

Metal: cobre

Comida: guisado de quiabo picado, temperado com dendê, camarão seco, cebola e pimenta.

Cor: vermelha e branca.

Animal: Leopardo

Local de culto: pedreiras

Animais de sacrifício: galo, boi, bode, carneiro todos avermelhados.

Vestes para o ritual: vermelhas e brancas, na cabeça coroa de latão ou cobre, na mão um cetro de latão em forma de machado.

Dia: quarta-feira.


Iansã: dona dos espíritos dos mortos e dos relâmpagos. Senhora da alegria e protetora das mulheres.

Seu nome significa “rápida, ligeira”. Filha adotiva de Oxossi, casou-se com Ogum e Xangô.

Junto com Xangô, ela controla o poder do fogo.

Elemento: mar

Metal: cobre

Comida: acarajé

Ferramenta: espada e uma espécie de cedro feito com rabo de boi.

Animal: búfalo e borboleta.

Local de culto: montanhas e lugares altos.

Cor: vermelho.

Animais de sacrifício: cabra que não seja preta e galinha avermelhada.

Vestes: são coloridas predominando a cor coral, usam muitos colares e enfeites, e na cabeça uma coroa bordada com imbé, franja de pérolas que caem sobre a face.

Dia: quarta-feira.


Obá: Deusa das águas, do poder da mulher e do trabalho doméstico.


Oxum: Deusa do amor e da fertilidade, das águas doces e do ouro.
Olorum, criador do Universo, enviou seus orixás até a terra. No entanto, ele esqueceu de enviar Oxum. A terra se tornou seca, sem água e sem vida. Percebendo o engano, Oxum foi enviada à terra para trazer beleza e fertilidade.

Oxum casou-se com Oxóssi e logo em seguida com Xangô. Mãe de Iansã e Logum Edé. Vaidosa e bela, Deusa do ouro, ela adora braceletes, coroas e espelhos.

Metal: ouro

Comida: feijão fradinho com camarão seco, cebola
e dendê.

Ferramenta: leque com espelhos (abebé)

Animal: pássaro

Local de culto: águas doce.

Animais de sacrifício: boi, cabra, galinha amarela.

Vestes: Amarelas com enfeites coloridos de azul, branco e rosa.

Dia: sábado.


Logum Edé: Orixá dos rios dentro das florestas.


Iemanjá: É a Grande Mãe dos Orixás, a deusa da maternidade, das grandes águas, mares e oceanos. Iemanjá é esposa de Oxalá. A palavra “Iemanjá” quer dizer “Grande Mãe cujos filhos são peixes”.

Aprecia pratos preparados com milho branco, azeite de dendê, cebola e camarão seco. Iemanjá é uma mulher sensual que encanta os navegantes.

Elemento: água

Metal: prata

Animais de sacrifício: cabra, ovelha. Pata de galinha toda branca.

Vestes: cor branca prateada, podendo ser adornada com azul claro ou rosa. Na cabeça uma coroa de cor branca.

Oferendas: flores, perfumes, jóias, bonecas, sabonetes, sendo que em todos os presentes oferecidos devem predominar cores claras, como a água.

Ferramenta: alforje de prata e o Bebé – leque prateado com pedras azuis, verdes e brancas transparentes.

Dia: sábado.

Animal: peixe


Nanã (Nanã Baruquê) Orixá da chuva, da lama e do fundo das águas. Promove a purificação da atmosfera e a limpeza.

Animais de sacrifício: cabras, galinhas e patas brancas.

Vestes: Roupas brancas com aplicações em roxo claro.

Dias: domingo e terça-feira.

Sincretismo: Santa Ana.


Oxalá: É o Senhor da Sabedoria de dois mundos: Orum (o céu) e Ayê (terra).

Manifestação cósmica do céu, da terra, da luz, da paz e do amor. Foi incumbido por Olorum, criador do Universo, para criar todos os seres da Terra.

É esposo de Yemanjá e Nana (a Anciã). Usa um cajado para separar os dois mundos. Seu cajado era feito da madeira da árvore dos orixás, (os irocos), uma árvore mística que ligava a terra ao céu através das suas raízes e galhos. Nos dias de hoje esse cajado é feito de prata. O mundo é dividido em duas partes: Oxalá é o princípio masculino da criação e Ododua o princípio feminino. Ambos se completam e não vivem separados.

Oxalá se apresenta de duas maneiras:

Como ancião – Abauxorô

Como guerreiro – Oxoriã

Tem duas formas de manifestação. Oxaguiã e Obatalá.

Oxaguiã: (nascer do sol) Deus da sobrevivência da criação, da cultura material.

Obatalá ou Oxalufã: (pôr do sol) Deus da criação e da humanidade.É o pai de todos os orixás.

Senhor do ar, do branco, da fala, símbolo da paz.
Chamado por muitos o Velhão.

Metal: prata

Animal: caramujo

Comida: massa de milho cozido colocado numa casca de banana.

Símbolo de proteção: grande pano branco.

Animais de sacrifício: boi pequeno, novilho, bode, cabra, carneiro, galinha e pombo sempre de cor branca. O pombo nunca deve ser sacrificado, é simplesmente oferecido e posto em liberdade.

Vestes: brancas com braceletes desenhados com búzios e paxorô (centro especial) prateados tendo na sua extremidade superior uma esfera encimada por uma pomba de asas abertas.

Dia: sexta-feira.

Erê ou Ibêji: Mediador entre Iaô e Babalaô.

Ao Erê não existe dia especialmente consagrado, pois atua às vezes antes da vinda dos orixás (transmite ordens recebidas dos orixás, vibrações).

É o Deus das guloseimas.

Nas manifestações de Erê, o Iaô sob a sua vibração se comporta como criança.


Ifá: Protetor do jogo de búzios, das artes divinatórias, de cola de dendê.

Este orixá jamais se incorpora, mas atua de outras maneiras.

Dia consagrado: domingo.



Ritos

Danças e ritmos

Durante os cultos, no Candomblé, predominam sempre, ritmos empolgantes e sons de instrumentos de percussão, num compasso bem marcado.

Por causa de seu rito, o candomblé se tornou conhecido como uma dança religiosa, de origem africana, na qual os iniciados reverenciam seus orixás. Esta dança é praticada principalmente por pessoas do sexo feminino, chamadas sambas.

Em seus ritos, a palavra orixá tem o peso de designar as forças cósmicas e vivas da Natureza, numa tradição que remonta aos homens primitivos.

Cerimônias

São várias as cerimônias no Candomblé. Quando um orixá está sendo homenageado, com os atabaques batendo e os iniciados e participantes cantando e dançando, pode acontecer que um dos presentes não iniciado receba a vibração do orixá que se homenageia. Com essa vibração, o participante entra em estado de inconsciência, em transe, caindo ao solo, num fenômeno chamado internamente de “bolar para o santo” ou “virar no santo”, se já for um iniciado. A pessoa em transe é levada para o roncó, onde ficará aguardando as determinações do babalaô, que mais tarde confirma o orixá manifestado, através da consulta ao Ifá (jogo dos Búzios). Depois disso ele realiza a cerimônia de feitura do orixá na cabeça.

Jogo dos Búzios

É uma das formas de se consultar o orixá Ifá, o orixá da adivinhação

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O que é o Montanismo?

O Wikicionário ( http://bit.ly/cLd4hR ) informa que é uma " heresia criada por Montano no século II, que defendia novas revelações do Espírito Santo " e o Wikipedia completa informando que   O   Montanismo   foi um movimento cristão fundado por Montano por volta de 156-157 (ou 172), que se organizou e difundiu em comunidades na Ásia Menor, em Roma e no Norte de África. Montano nasceu na Frígia (Ásia Menor Romana, hoje Turquia),  e afirmava possuir o dom da profecia, e que havia sido enviado por Jesus Cristo para inaugurar a era do Paráclito. Duas mulheres que o acompanhavam, Priscila e Maximila, afirmavam que o Espírito Santo falava através delas. Durante os seus êxtases anunciavam o fim iminente do mundo, conclamando os cristãos a reunirem-se na cidade de Pepusa, na Frígia, onde surgiria a Jerusalém celeste, uma vez que uma nova era cristã se iniciava com esta nova revelação. O seu adepto mais famoso foi Tertuliano (c. 170-212), um dos primeiros doutores da Igreja, autor

A seita de Reverendo Moon

A seita criada por Reverendo Moon, em 1945, é chamada de moonismo. O nome da seita é Igreja da Unificação ou Associação para a Unificação do Cristianismo Mundial (AUCM). Em 1973 foi para os Estados Unidos. Quem é Reverendo Moon Ele se chama Sun Myung Moon. Nasceu na Coréia do Sul em 1920. Foi educado na fé presbiteriana da qual foi excluído em 1948. Segundo Moon, Jesus Cristo falhou em sua missão pois morreu na cruz. Moon afirma que, quando tinha 16 anos, o próprio Jesus apareceu-lhe, na Páscoa de 1936,pedindo que ele cumprisse a obra inacabada que deixara. Moon conta que orou, estudou e afirma que conversou diretamente com Jesus Cristo que lhe confidenciou segredos não revelados na Bíblia. Esses segredos deram origem a um livro com assuntos sobre a criação e a salvação mundial. Ainda com a profissão de eletricista, Moon começou a pregar na Coréia. Entrou para a Igreja Pentecostal, em Pyongyang, capital da Coréia do Norte. Continuou pregando suas doutrinas com sucesso. Foi preso pelo

Maçonaria

1. O que é a Maçonaria de nossos dias? A Maçonaria é uma Ordem Universal formada de homens de todas as raças, credos e nacionalidades, acolhidos por suas qualidades morais e intelectuais e reunidos com a finalidade de construírem uma Sociedade Humana, fundada no Amor Fraternal, na esperança com amor à Deus, à Pátria, à Família e ao Próximo, com Tolerância, Virtude e Sabedoria e com a constante investigação da Verdade e sob a tríade LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, dentro dos princípios da Ordem, da Razão e da Justiça, o mundo alcance a Felicidade Geral e a Paz Universal. 2. A Maçonaria é uma sociedade secreta? A Maçonaria não é uma sociedade secreta, no sentido como tal termo é geralmente empregado. Uma sociedade secreta é aquela que tem objetivos secretos e oculta a sua existência assim como as datas e locais de suas sessões. O objetivo e propósito da Maçonaria, suas leis, história e filosofia tem sido divulgados em livros que estão à venda em qualquer livraria. Os únicos segredos